sábado, 28 de abril de 2012

FANTASIAS SEXUAIS, relaxe e goze

Depravação? Libertinagem? Bizarrice? Longe disso: as fantasias sexuais são saudáveis. Anormal é não ter nenhuma.




Patrícia atinge rapidamente o orgasmo quando imagina estar sendo estuprada. Carlos gosta de pensar que está transando com uma garota de 16 anos. João vai às alturas quando pede para prostitutas urinarem nele. Para se excitar, Patrícia, Carlos e João lançam mão de fantasias sexuais. Você pode achar esses personagens um pouco pervertidos – fomos acostumados a pensar que tipos como eles devem carregar alguma patologia. Tente olhar no espelho: você nunca teve uma fantasia? Vamos lá: você prefere um companheiro(a) de coxas grossas e peito grande, ou um parceiro(a) frágil, minhonzinho? Você se liga mais numa figura que tome a iniciativa ou curte uma pessoa mais passiva? Temos preferência por traços físicos e temperamentais e isso não acontece por acaso. Elas também implicam alguma forma de fantasia. Em maior ou menor escala, quando o negócio é sexo, todos nós recorremos a fantasias, mundanas ou bizarras. O legal é saber como elas funcionam e tirar o maior proveito da situação.

Esse mundo onírico é criado por nós, voluntária ou involuntariamente, para compensar as forças negativas, “broxantes”, que brotam dos nossos medos, culpas ou preocupações. São sentimentos que a gente carrega desde a infância. Se você sente vergonha do seu corpo, por exemplo, fica difícil relaxar e curtir o sexo. Digamos que você se preocupe demais com o prazer do outro: o risco é esse tormento tomar conta e você esquecer o próprio tesão. Ou então vai que você se sinta um egoísta, ou até meio bruto, na hora do vamos ver: aí vem a culpa e derruba sua libido. Na cabeça, você ainda pensa em transar, certo? Mas o que fazer se um ou outro desses sentimentos joga o tesão para escanteio?

É aí que entram a Madonna, o Brad Pitt, as algemas, a roupa de couro... Com a fantasia, você “esquece” a vergonha, a preocupação ou a culpa. O funcionamento desse processo, segundo o psicanalista americano Michael J. Bader, autor de Arousal: The Secret Logic of Sexual Fantasies (Excitação: a lógica secreta das fantasias sexuais, ainda inédito no Brasil), é o seguinte: a fantasia ajuda a criar um ambiente no qual nos sentimos seguros para deixar aflorar nossa excitação. Segurança, como se sabe, é tudo o que sempre buscamos desde o nascimento. E segurança emocional é uma das metas mais preciosas. O conceito de segurança é a base da teoria da excitação sexual de Bader.

As fantasias, portanto, são saudáveis, libertadoras. “O fato de que atitudes não-convencionais como sadomasoquismo, exibicionismo ou fetichismo podem excitar algumas pessoas é uma prova do poder criativo da psique humana de dar prazer a si mesma das maneiras mais incomuns, enquanto se mantém protegida”, afirma Bader. O exercício da fantasia, no plano mental ou no plano prático, varia de pessoa para pessoa, mas ninguém ao certo sabe por que alguns indivíduos põem seus devaneios em prática e outros, não. Em parte, isso depende da densidade dos conflitos individuais e mesmo do grau de iniciativa de cada um. Mas, segundo o psicanalista, uma fantasia nem sempre deve redundar em uma experiência real.
No caso de partir para a prática, o ideal é que os parceiros tenham intimidade suficiente para se sentir à vontade – isto é, liberados para pensar na própria excitação, mesmo que isso acarrete ser rude, bruto. “A excitação sexual requer inerentemente uma capacidade de ser egoísta, de virar as costas para o bem-estar do outro, de ser todas as coisas que uma pessoa culpada cresceu acreditando serem ruins e perigosas”, diz Bader.

A teoria




  Afinal, o que há de tão ruim e perigoso na infância que devemos combater? Na infância, consolidamos o que Bader, citando o psicanalista Joseph Weiss, descreve como crenças patogênicas. São convicções irracionais, inconscientes, que agem contra nossos interesses – comportamentos autodestrutivos, por exemplo –, que introjetamos quando nos deparamos com o perigo de perder a proteção dos pais, seu amor. Desde cedo, fazemos de tudo para deixar nossos pais felizes e evitar assim uma eventual ruptura com eles. Por exemplo, se o pai é negligente, a criança sente ameaçada a ligação que os une. O que ela faz? Ela acaba mudando as únicas coisas sobre as quais tem controle: seus pensamentos e sentimentos. Ela tenta fazer o ambiente parecer normal para se sentir segura nele. No caso citado, ela passa a achar natural a falta do pai. “Ela passa a achar que solicitar uma atenção especial é proibido, é pedir demais”, diz Bader.
“Não só aceita a negligência, como faz parecer que a culpa é dela, não de seus pais. Parece que ela quer demais.” Assim, a criança busca manter a segurança no relacionamento familiar. “Essas experiências fazem surgir crenças patológicas que nos induzem a pensar que, se perseguirmos nossos objetivos, estaremos arriscando a ligação com nossos pais ou ameaçando nossa segurança psicológica”, afirma o psicanalista. É sabido, por exemplo, que crianças que sofrem abuso dos pais se negam a condená-los. Por quê? Isentando os velhos, não há como perdê-los.

A sensação de culpa é apenas uma dessas crenças patogênicas. Vergonha, rejeição, desamparo e autodestruição são outros sentimentos da lista. Há duas culpas mais comuns: a) de magoar a quem amamos se formos mais felizes ou mais bem-sucedidos que eles; b) de ferir ou esvaziar nossa família se a deixarmos.
O que isso tem a ver com sexo? Com maior ou menor intensidade, todo mundo revive o passado no presente. E, conforme a teoria de Bader, a excitação sexual depende da nossa capacidade de nos centrarmos em nós mesmos, de sermos momentaneamente egoístas. Mas como conseguir isso, se o nosso passado de culpas nos assombra nessa hora? Ao nos sentirmos culpados, nos inibimos, e aí a conquista do prazer vira um martírio.

Segundo o psicanalista, o apego aos próprios devaneios e, por extensão, uma certa “coisificação” do parceiro são necessários para a excitação – mas também é preciso pegar leve com esses sentimentos. Para atingir o prazer máximo, diz ele, o ideal é haver uma certa tensão entre ser egoísta e cuidadoso, entre usar o parceiro e dar prazer a ele. O problema surge quando um dos envolvidos não consegue nenhum grau de impiedade, de rudeza.

Fantasias mais comuns




Não há como associar automaticamente uma fantasia específica a um determinado conflito psicológico. Ainda assim, e mesmo advertindo que generalizações são um passo para o erro, Bader afirma ser possível estabelecer alguns padrões.

Preferências por tipos físicos


Homens altos: simbolizam força, alguém que dificilmente será ferido ou magoado e de quem o parceiro pode depender. Para uma mulher que suspeita poder esmagar um cara (em vários sentidos), esse atributo a deixaria bem mais tranqüila para curtir o próprio tesão.

Mulheres gordas: podem simbolizar fartura, abundância, fertilidade. Uma pessoa que se excita com esse biótipo imagina que a mulher tenha muito a dar, especialmente em atributos maternos; que seja alguém capaz de neutralizar seus sentimentos de privação. Para ele (ou ela), essa mulher pode ser uma pessoa tão cheia de recursos que é incapaz de ser ferida, daí mitigando seu sentimento de culpa. Ele (ou ela) também pode pensar: “Com esse tamanho, ela não tem do que reclamar...” e se sentir mais leve para se excitar.

Peitos grandes: também podem simbolizar a mulher com muito para dar, compensando sentimentos de privação e desligamento. Homens com certo desdém secreto por mulheres – que se sentem culpados por esse sentimento – podem inconscientemente exagerar sua admiração pelo atributo mais óbvio da feminilidade, os seios.

Pênis grande: esse fetiche simboliza, antes de tudo, força. Um homem forte neutraliza várias culpas. Mais: quando uma pessoa fala em “ser arrombada” ou “preenchida”, pode estar tratando com simbolismos de satisfação, abastecimento, cuidado – sensações que combatem sentimentos de privação.



Deformações, mutilações e invalidez: para homens, uma mulher inválida pode diminuir sentimentos de culpa inconsciente, uma vez que, já incapacitada, na fantasia ela não mais pode ser machucada. O processo mental que funciona aqui é o mesmo que se passa na cabeça de quem se excita com mulheres gordas: sem atrativos extras, as parceiras não teriam do que reclamar, deixando o homem com menos medo de rejeição. As mulheres que sentem atração por homens inválidos ou “defeituosos” se deixam levar pelo mesmo astral psicológico, com um adendo: homens incapacitados não podem feri-las, o que lhes permite se excitar em segurança.

Mulher que se excita com gays: ela pode se sentir sexualmente mais agressiva, já que supõe que sua iniciativa não terá reciprocidade. São mulheres que sentem medo de serem subjugadas ou rejeitadas e também de surpreender negativamente o homem com a força da sua sexualidade. Há ainda o fator desafio: a mulher se sente especialmente atraente se conseguir fazer um homossexual agir como heterossexual.

Voyeurismo
Olhar outros transando é só uma das maneiras de o voyeur se motivar. Ele pode se excitar com uma simples espiada por baixo da saia de garotas ou espreitá-las na intimidade. O que rola nesses casos? A excitação da “espiadinha” reside, primeiro, no fato de que aquilo é proibido. A mulher estaria entregando seus segredos. Segundo, o voyeur é um cara que pode carregar culpa por se interessar pelo corpo feminino: a mulher, na cabeça dele, se sentiria ofendida por tal demonstração. Sabendo que a moça não vai perceber o que ele faz – e assim não pode se opor –, a culpa vai para o espaço. Não só a culpa, mas também a rejeição pode ser o motor do voyeur. Algumas crianças acham que não são bem-vindas no contato com a mãe e sentem-se rejeitadas. Na fase adulta, esse sentimento é compensado pela espiadinha. Ou seja, é um momento roubado de uma mulher, antes negada a ele. Com o sentimento de rejeição neutralizado, a excitação ganha corpo.

Sexo grupal






O ménage à trois, com um homem e duas mulheres, é a forma de sexo em grupo mais conhecida, mas há inúmeras variações. O que se depreende do sexo em grupo é:
• A pessoa que fantasia está buscando atenção, portanto tentando derrubar a crença patogênica de que não merece ser admirado, amado.
• O fato de transar com vários ao mesmo tempo pode mitigar o sentimento de culpa que algumas pessoas têm por sobrecarregar o parceiro com seu apetite sexual.
• Com a presença de dois homens, a suposta responsabilidade de satisfazer a mulher é dividida.
• Se a responsabilidade de um parceiro sobre o prazer sexual do outro diminui, o perigo de rejeição cai na mesma proporção.
• Quando um homem assiste a uma cena lésbica, ele não está diretamente envolvido, portanto ele não corre o risco de falhar.
• Se um homem ou mulher tem desejos homossexuais, mas se sente culpado por isso, olhar ou participar de sexo grupal pode ser um caminho para driblar essa culpa.
Todas essas situações favorecem a segurança psicológica do integrante, o que o libera para sentir prazer.

Homem que veste calcinhas
É provável que ele esteja tentando superar a culpa por exercer algum poder, por exercer sua masculinidade. E por que se sente culpado dela? Talvez por ter crescido com um pai fraco ou inútil ou uma mãe infeliz e invejosa dos homens. Quando criança, pode ter encontrado dificuldade para sentir orgulho da sua masculinidade, pois inconscientemente estaria magoando seus pais. Por exemplo, um filho pode crescer culpado por se sentir superior a uma mãe sobrecarregada ou oprimida, e, mais tarde, às mulheres em geral. E como vestir calcinha resolve o pepino? Por um processo chamado pelos psicanalistas de “identificação com a vítima”. Como a masculinidade em vários momentos tem sido equiparada ao ato de oprimir a mulher, as calcinhas fazem esse homem assegurar às mulheres – originalmente sua mãe – que ele, em particular, não é superior. Com a culpa aliviada, a ereção começa a surgir.

Fraldas e comportamento de bebê
Sabe-se que um bebê deve receber atenção e tem o direito de ser egoísta. Sim, mas o que isso tem a ver com um cara ou uma mulher que gosta de vestir fraldas e de ser tratado como bebê (os homens, até mesmo, mamando)? A chave está na ausência de responsabilidade – especialmente a de fazer a mulher feliz, meta que pode ser pesada e angustiante. Quando “amamentado”, o homem se sente numa situação psicológica confortável para pedir e receber algo de uma mulher – sem culpa ou vergonha.

Exibicionismo






Por que, afinal, filmar a própria transa ou se exibir para uma câmera excita? Porque a pessoa se sente gratificada pela atenção. Aqui, identifica-se uma tentativa de controlar sentimentos de rejeição e descaso. Uma pessoa que não foi o foco da atenção dos pais, por exemplo: ser olhada por uma câmera compensa a sensação de que não é merecedora de atenção, o que lhe permite o florescimento do tesão.
No caso dos flashers (homens exibicionistas que gostam de chocar mostrando a genitália a mulheres), a coisa é uma pouco diferente. O cara pode estar querendo controlar justamente sua vergonha. Como? Da mesma forma que gente que sente medo de altura salta de bungee jump para domar seu temor. O sujeito que mostra o pênis – a fonte da sua vergonha, insegurança – pode estar tentando controlá-la. Uma segunda leitura sugere que exibicionismos desse tipo podem ser um ato de compensação pelo fato de o sujeito ter sido rejeitado ou não ter recebido a devida atenção dos pais. Com um “flash” da sua genitália, ele provoca choque, nojo e medo da mulher. Deixa de ser, ainda que por alguns momentos, invisível ou negligenciado. A partir daí, se sente seguro para se excitar.

Estupro






Mais comum nos homens, a fantasia do estupro ocorre de duas maneiras. Na primeira, a mulher a princípio luta contra a agressão, depois acaba gostando e goza. O significado: o “estuprador” está tentando controlar sentimentos de culpa por magoar ou ferir outras pessoas, geralmente mulheres. Ele cria uma fantasia em que parece estar machucando a parceira, mas, na realidade, não está – afinal, ela aceita a agressão e não se fere. A outra forma de fantasia com estupro não depende da excitação da mulher. A carga erótica é justamente depositada na agressão. O estuprador se excita não porque supera a culpa, mas porque tem o poder de ferir e amedrontar a mulher. Essa pode ser a fantasia que motiva a maioria dos estupros reais. Nesse caso, ocorre o que os psicanalistas chamam de “identificação com o agressor”.
O estuprador, na fantasia ou na realidade, está fazendo à mulher aquilo que ele já vivenciou, de alguma maneira. Ao se tornar o agressor, ele pode sentir-se momentaneamente aliviado do medo e do desamparo (de que foi vítima), que são inimigos da excitação.

Mestre e escravo
É uma fantasia similar à do estupro – isto é, o mestre age de forma egoísta e rude, sem conseqüências negativas, sem dor de consciência e superando a culpa, já que a vítima também fica excitada. Mas aqui há uma outra dinâmica, crucial em qualquer relação sexual: o mestre e o escravo dão um ao outro uma atenção e um reconhecimento especial, que neutralizam a eventual sensação de alguém se achar pouco importante (resultado de rejeição, por exemplo). Mesmo o escravo, que prefere receber atenção negativa a ser ignorado.

Estupro coletivo
Filmes pornográficos abusam dessa fantasia. Aqui, vê-se a mesma fonte libertadora da excitação sexual: a segurança. A responsabilidade se transfere do indivíduo para o grupo. Na fantasia, ao contrário da violência levada à prática, o estupro se torna um ato consensual entre uma mulher promíscua e vários homens. E isso é o que deixa os homens à vontade para expressar a sua sexualidade sem medo de ferir a mulher.

Escatologia
Alguns homens sentem-se excitados sexualmente pelo fato (real ou imaginário) de alguém, normalmente uma mulher, urinar (golden shower) ou defecar (brown shower) sobre eles. Um garoto que cresce sentindo-se culpado por desprezar a mãe ou se envergonhar dela reverte essa situação dolorosa ao expor a si próprio como objeto de desprezo e degradação. Urina e fezes são a representação simbólica do sentimento de hostilidade que uma vez foi dirigido a uma mulher, mas agora estão sendo recebidos de uma mulher.



Resumindo: nos jogos amorosos, vale tudo para vencer os medos e sentimentos broxantes. E, convenhamos: depois de ver os caminhos que a excitação de cada um percorre para vencer o medo e a culpa, aquela sua fantasia já não parece tão estranha ou merecedora de culpa, não?

Fonte;Superinteressante de 2002.

sábado, 14 de abril de 2012

ORGASMO




O que é orgasmo?

Orgasmo - do grego orgasmós, de orgân, que significa ferver de ardor - é definido como o mais alto grau de excitação sexual e, portanto, o prazer físico mais intenso que um ser humano pode experimentar. Ele provoca algumas reações como aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, pupilas dilatadas e, na mulher, os músculos do aparelho genital contraem-se ritmicamente.
O orgasmo é a conclusão do ciclo de resposta sexual que corresponde ao momento de maior prazer sexual. Pode ser experimentado por ambos os sexos, dura apenas poucos segundos e é sentido durante o ato sexual ou a masturbação. O orgasmo pode ser detectado com a ejaculação na maioria das espécies de mamíferos masculinos. Por outro lado, na espécie humana, o orgasmo masculino, por exemplo, nem sempre está acompanhado de ejaculação, podendo ocorrer o orgasmo sem ejaculação, como podemos observar nos cânones taoistas na China (In Chang, 1979).

O orgasmo é uma das fases da resposta sexual, como descrita por Masters e Johnson. Caracteriza-se por intenso prazer físico mediado pelo sistema nervoso autônomo, acompanhado por ciclos de rápidas contrações musculares nos músculos pélvicos, que rodeiam os órgãos sexuais e o ânus, sendo frequentemente associados a outras acções involuntárias, como espasmos musculares em outras partes do corpo e uma sensação geral de euforia. Sua ausência é denominada anorgasmia. Além desta definição, temos o orgasmo como um potente estado alterado de consciência e ainda temos o para-orgasmo como sendo "o estado existencial de autorealização e prazer de viver intraduzível em palavras e geralmente vivenciado a partir de curtos momentos, ou momentos de pico.

No sentido estrito, apresenta-se como um pico rápido de excitação seguido ou não de ejaculação e com rápida queda na sensação de prazer. Uma vez que os órgãos sexuais têm a mesma origem embriológica em ambos os sexos, a sensação é equivalente para homens e mulheres, podendo haver um período refratário à estimulação direta após o orgasmo. Nas mulheres, as contrações musculares causam expulsão de líquido através da vagina, caracterizando a ejaculação feminina. É um período de grande relaxamento e queda da pressão arterial, devido à liberação da prolactina. Há também redução temporária das atividades do córtex cerebral. No sentido amplo, o orgasmo, pelo menos na espécie humana, traduz a capacidade de amar, de entrega ao amor e ao prazer, sendo uma atitude de cunho não neurótico que, temporariamente, anula os sintomas básicos da neurose a partir da liberação da energia ou orgônio sexual ou libido (Reich, W. A Função do Orgasmo). (Fonte:Wikipedia)

Orgasmos múltiplos




Orgasmos múltiplos ocorrem em alguns casos em que a mulher não tem um período refratário, ou ele é muito curto e experimenta-se um segundo orgasmo logo após o primeiro; algumas mulheres podem até ter uma sequência de orgasmos consecutivos. Para algumas mulheres, o clitóris e os mamilos ficam muito sensíveis após o clímax, ocasionando que estimulações adicionais possam ser dolorosas. Inspirações profundas, respiração rápida e continuação da estimulação podem ajudar a diminuir esta excitação.
Muitos homens que começaram a se masturbar ou tiveram atividade sexual antes da puberdade relatam terem sido capazes de ter múltiplos orgasmos sem ejacular. Jovens crianças do sexo masculino são capazes de ter múltiplos orgasmos devido à falta de período refratário. Um estudo sugere que o orgasmo antes da puberdade dos homens é similar ao orgasmo feminino, podendo refletir alterações hormonais durante a puberdade com influência sobre as características do orgasmo masculino.

Orgasmo espontâneo




O orgasmo pode ser espontâneo, parecendo que ocorrem sem haver prévia estimulação direta. Os primeiros relatos deste tipo de orgasmo provêm de pessoas que tiveram lesões da medula espinal (SCI). Embora a SCI muitas vezes leve à perda de certas sensações e a alterações da auto-percepção, uma pessoa com esta perturbação pode não estar privada de sexualidade, como estimulações sexuais e desejos eróticos.
Também se discute que algumas determinadas drogas antidepressoras podem provocar o orgasmo espontâneo como um efeito colateral.

Orgasmo vaginal


O "teoria dos dois orgasmos" (a crença de que no sexo feminino há um orgasmo vaginal e um orgasmo clitoriano), foi criticada por feministas, como Ellen Ross e Rayna Rapp como uma "clara percepção masculina do corpo feminino". O conceito de orgasmo de natureza vaginal foi postulada pela primeira vez por Sigmund Freud. Em 1905, Freud argumentou que o orgasmo clitoriano era um fenômeno que ocorria em adolescentes, e após atingir a puberdade a resposta adequada das mulheres maduras mudava para o orgasmo vaginal. Embora Freud não tenha fornecido quaisquer provas para esta suposição básica, as consequências dessa teoria foram muito elaboradas, em parte porque muitas mulheres se sentiram inadequadas quando elas não conseguiam atingir orgasmo através da relação vaginal que envolveu pouca ou nenhuma estimulação clitoriana.

Em 1966, Masters e Johnson publicaram um trabalho de investigação sobre as fases de estimulação sexual. Seu trabalho incluiu homens e mulheres, e ao contrário de Alfred Kinsey anteriormente (em 1948 e 1953), havia tentado determinar as fases fisiológicas que ocorriam antes e depois do orgasmo.[10] Masters e Johnson corroboraram a ideia de que o orgasmo vaginal e clitoriano correspondem ao mesmo processo e argumentaram que a estimulação clitoriana é a principal fonte dos orgasmos.

Anatomicamente o pênis e o clitóris têm prolongamentos internos, dificultando a distinção entre o orgasmo clitoriano e vaginal.
A urologista australiana Helen O'Connell, utilizando técnicas de ressonância magnética, notou que existe uma relação entre o crus clitoris (crura, pernas ou raízes do clitóris) e o tecido eréctil do bulbo clitoriano. Ela afirma que esta relação de interligação é a explicação fisiológica para o Ponto G e a experiência do orgasmo vaginal, tendo em vista que há a estimulação das partes internas do clitóris durante a penetração da vagina.

Orgasmo anal


O orgasmo anal é um orgasmo originário da estimulação anal, como a de um dedo inserido, o pênis ou um brinquedo erótico. É ocasionado pela estimulação direta das terminações que inervam o esfíncter, em especial o nervo pudendo, entre outros quatro nervos da região pélvica envolvidos no orgasmo, tanto masculino como feminino.

Orgasmo mamário




Um orgasmo mamário é um orgasmo a partir da estimulação das mamas. Nem todas as mulheres são sensíveis à estimulação dos seios, no entanto, algumas mulheres afirmam que a estimulação da área da mama durante o ato sexual e as preliminares, ou apenas o simples fato de terem seus seios acariciados, pode levar ao orgasmo. De acordo com um estudo que questionou 213 mulheres, 29% delas tiveram a experiência de terem um orgasmo de mama uma vez ou mais vezes, enquanto outro estudo afirmou que apenas 1% de todas as mulheres teve a experiência de terem um orgasmo mamário.
Crê-se que um orgasmo ocorra, em parte, por causa do hormônio oxitocina, que é produzida no organismo durante a excitação e estimulação da mama.

Orgasmo seco




É possível atingir o orgasmo sem a ejaculação (orgasmo seco) ou ejacular sem atingir orgasmo. Alguns homens têm relatado ter múltiplos orgasmos consecutivos, particularmente sem ejaculação. Os homens que experimentam orgasmos secos muitas vezes podem ter múltiplos orgasmos, com a necessidade de um período de repouso, o período refratário, reduzido. Alguns homens são capazes de se masturbar por horas, e, em um momento, atingir orgasmo várias vezes.
O orgasmo seco também pode acontecer em pessoas que se submeteram a cirurgias oncológicas, principalmente no cólon ou reto, no qual foi aplicado sessões de radioterapia e quimioterapia, lesando órgãos que contribuem para a produção do sêmen.

Orgasmo simultâneo


O orgasmo simultâneo (também designado por orgasmo mútuo) é um clímax alcançado pelos parceiros sexuais, ao mesmo tempo, durante o ato sexual.

Qual a função do ORGASMO?
Revitalizar e equilibrar os sistemas orgânicos, psíquicos, emocionais, afetivos e mentais.
Em 1967, Desmond Morris sugeriu, em seu primeiro livro de ciência popular O macaco nu (The Naked Ape) que o orgasmo feminino evoluiu para encorajar a fêmea a manter uma intimidade física com seu parceiro e ajudar a reforçar a ligação do casal. Morris sugeriu que a relativa dificuldade em se alcançar o orgasmo feminino, em comparação com o orgasmo no sexo masculino, poderia ter uma função favorável por direcionar a fêmea a selecionar companheiro que tenham qualidades como paciência, atenção, imaginação, inteligência, em oposição às qualidades tais como tamanho e agressão, que tem relação com a selecção de companheiros em outros primatas. Essas qualidades vantajosas foram-se tornando acentuadas dentro da espécie humana.

Morris também propôs que o orgasmo poderia facilitar a concepção, uma vez que esgotaria a mulher e assim ela se manteria com o corpo na horizontal, impedindo assim que o esperma escorresse para fora do trato genital. Esta possibilidade, algumas vezes chamado de "Hipótese Poleax" ou "Hipótese do nocaute", atualmente é considerada altamente duvidosa.
Outras teorias são baseadas na ideia de que o orgasmo feminino poderia aumentar a fertilidade. Por exemplo, a redução de 30% no tamanho da vagina durante o orgasmo poderia ajudar aumentando a pressão sobre o pênis (semelhante ao efeito da contração do músculo pubococcígeo), o que promoveria o aumento da estimulação sobre o macho. Os biólogos também sugeriram que o orgasmo feminino pode ter um ação de "sucção", semelhante ao movimento peristáltico, favorecendo a retenção dos espermatozóides e aumentando as chances da concepção. Também o fato de que a mulher tende a atingir orgasmo com maior facilidade quando estão ovulando sugere que ele está vinculado ao aumento da fertilidade.

Outros biólogos supõem que o orgasmo seria apenas para motivar o sexo, o que aumentaria a taxa de reprodução.

Visto que o orgasmo de um macho tipicamente tende a chegar mais depressa do que o das fêmeas, isso poderia, potencialmente, encorajar a fêmea a ter vontade de se envolver em atividades sexuais com mais frequência, aumentando assim a probabilidade de concepção.


Quanto tempo dura?


Os orgasmos variam de mulher para mulher, bem como a sua duração. Eles podem se resumir a apenas alguns segundos ou chegar até a um minuto.

Toda mulher é capaz de ter orgasmo?


Sim, desde que não estejam sofrendo de alguma doença neurológica, endocrinológica ou ginecológica, que tenham destruído a base física do orgasmo. É fundamental não ter pressa. O casal tem que estar livre para o sexo, deixando as preocupações de lado. É importante também que o parceiro queira trocar sensações, emoções e muito prazer.
Assim, a garantia será de momentos únicos e inesquecíveis para ambos.

É importante ressaltar que muitas mulheres podem não sentir orgasmo devido a fatores psicológicos desencadeados por uma falta de Higiene Mental Familiar adequada ou até mesmo traumas. Nesses casos a hipnoterapia é aconselhada.

O que é ponto G?
Trata-se da área na parede superior interna da vagina, sensível á pressão profunda. Em algumas mulheres, incha e leva a um orgasmo intenso quando estimulado. Há 40 anos, o ginecologista alemão Ernst Gräfenberg foi quem primeiro descreveu este ponto. Quando a região é estimulada, as mulheres geralmente experimentam uma sensação semelhante a uma necessidade urgente de urinar. Do tamanho de um grão de feijão, pode chegar ao tamanho de uma moeda de 50 centavos. Fica situado a cinco centímetros da entrada da vagina.

O que é músculo PC?

O nome completo é músculo pubococcígeo. Trata-se de um grupo de músculos que forma a base da pélvis e sustenta os órgãos genitais. Ele começa no osso púbico, faz um anel em volta da vagina, a cerca de dois centímetros e meio da entrada, e se une na base da coluna. Durante o orgasmo, o músculo se contrai involuntariamente por alguns segundos. Ter uma musculatura PC forte ajuda a alcançar o orgasmo e a ejaculação. Tanto mulheres como homens podem fortalecê-lo durante o sexo, praticando exercícios de Kegel:

- Primeiro localize os músculos ao redor da vagina (aqueles que você usa quando tenta parar o fluxo da urina).

- Contraia e relaxe esses músculos, seguidamente (talvez ajude se você inserir o dedo na vagina e, depois, comprimir suas paredes).

- Gradualmente, aumente o número de repetições e a duração de cada contração. Você pode fazer este exercício a qualquer momento: numa fila de banco, durante o banho, conversando ao telefone. Após seis semanas de prática, começará a sentir uma diferença na qualidade da relação sexual. E uma dica a mais: ensine ao seu parceiro o mesmo exercício. Ele obterá maior controle sobre a ejaculação.

O que é ejaculação feminina?




É um líquido parecido com leite desnatado aguado. Tem um odor levemente adocicado ou é inodoro. Possui consistência rala e pode ser mais abundante do que o líquido ejaculado pelo homem (a quantidade varia de cinco a 200 ml). Geralmente é expelido quando a mulher tem orgasmos múltiplos com a estimulação do ponto G. A ejaculação feminina sai da uretra e é produzida nas glândulas de Skene. Acontece durante ou logo depois do orgasmo. Na ejaculação, a mulher tem uma sensação de plenitude. Os gregos da
Antigüidade acreditavam que esse fluido contribuía para a concepção.

Toda mulher pode ejacular durante o orgasmo?


Isso é possível desde que as mulheres saibam como fazê-lo. Em geral, as que ejaculam têm músculos PC fortes. Quanto mais a mulher estimular seus órgãos genitais, mais fortalecidos ficarão seus músculos.

O orgasmo obtido com a masturbação é melhor do que com o parceiro?
Com a masturbação, a mulher sabe qual a área mais sensível, os movimentos e a pressão certos. Por isso, oferece um prazer muito grande e permite que a mulher alcance até cinco orgasmos. Mas o sexo flui muito melhor se o parceiro tiver sensibilidade e disposição para conhecer o corpo da mulher, garantindo prazer em dobro.

O que é frigidez?
Acontece quando a mulher sente pouco ou nenhum interesse por sexo. Pode até atingir o orgasmo, mas o contato físico lhe é desagradável - ela quer que termine logo. A maioria dessas mulheres considera angustiante a experiência sexual. A ausência total ou parcial do orgasmo denomina-se anorgasmia e é a mais freqüente das disfunções sexuais femininas. A maioria das causas é psicológica e é importante fazer uma avaliação com um especialista.

Quais fatores podem levar a mulher a não ter orgasmo?
Fatores fisiológicos e psicológicos podem dificultar ou impedir o orgasmo. Vaginismo (contrações dolorosas involuntárias dos músculos vaginais), desequilíbrio hormonal, distúrbios do sistema nervoso, inflamações ou lesões genitais, uso excessivo de drogas e/ou álcool estão entre algumas causas. Além disso, problemas de origem emocional como ressentimentos, conflitos conjugais, medo, falta de atração sexual e/ou afetiva, timidez, culpa, medo da gravidez, preocupação em atingir o orgasmo, ausência de sentimento ou de amor também atrapalham a conquista do orgasmo. Como foi comentado acima, a hipnoterapia é aconselhada quando a falta de orgasmo está relacionado a fatores psicológicos.

Qual a dica para se obter o orgasmo?
Para alcançar o orgasmo, é preciso que a mulher conheça o próprio corpo e o que ele deseja. Acabar com a vergonha e falar com o parceiro sobre suas preferências também é fundamental. Só assim a relação será completa e trará benefícios para ambos.


DICAS PARA ATINGIR O ÁPICE DO PRAZER





Saiba como funciona o seu corpo. O que é a vulva, o clitóris, a vagina e, claro, o que acontece durante a relação sexual e como ocorre a excitação.

Toque seu corpo com privacidade e calma. Olhe-se no espelho e perceba os detalhes.

Conversando com o seu parceiro, explique como gosta de ser tocada, onde deseja que ele coloque a mão ou a beije,
inclusive estimule o sexo oral.

Cuide da beleza, da saúde, do corpo.
Procure uma boa qualidade de vida.
É difícil pensar em alguém que possa ter prazer com uma série de problemas, como falta de amor próprio, respeito e carinho.
Isso já é uma parte do prazer.

Aprenda que o orgasmo não é o fim do prazer.
Nós é que vivemos presos à idéia de que toda relação sexual tem que culminar com o orgasmo.
É importante na própria relação e na afetividade ter o antes, o durante e, principalmente, o depois do orgasmo.

Mude a forma de encarar a sexualidade.
Muitas mulheres se dedicam demais ao papel de mãe e não demonstram a sensualidade.

Só se atinge o orgasmo na hora em que se perde o controle da situação.
A palavra-chave é "entrega".
Deixe-se levar pelo clima gostoso, pelo namoro.
É uma possibilidade em potencial que todos têm, seja homem ou mulher.



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